APMP recebeu Daniela Arbex no último Café com Letras de 2016
O último Café com Letras de 2016, que ocorreu em dia 23 de novembro, reuniu associados e convidados que puderam conhecer mais sobre a obra literária "Holocausto Brasileiro", com a convidada especial e autora do livro, Daniela Arbex.
Daniela contou como se deu a desfecho da sua reportagem investigativa, a qual originou o livro que resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da história brasileira: a barbárie e a desumanidade praticadas durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena.
Durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num enorme hospício na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. Ali foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino. Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.
Ninguém ouvia seus gritos. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles - como faz agora Daniela Arbex - conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.
Tamanha crueldade retratada na obra impressionou os presentes, que ouviram atentos sobre as condições de calamidade que as pessoas viviam, sobre as histórias dos sobreviventes do massacre e os efeitos causados pela publicação do livro de Daniela Arbex.
O procurador de Justiça Marco Antonio Teixeira, que esteve presente no evento, mostrou-se impressionado com a história e falou sobre a importância dela. “Todo brasileiro deveria ouvir a história do hospício de Barbacena, mas é uma pena que talvez isso não seja possível, mas para mim, que também sou brasileiro, e que me incluo na obrigação de ouvir essa história, foi muito importante. Trabalho na proteção a saúde pública há muitos anos e mesmo habituado às tragédias na área de saúde mental, o livro Holocausto Brasileiro ainda é um soco no estômago”, confidenciou.
Confira aqui as fotos.