No final de julho (31), o Grupo de Estudos Interinstitucional sobre Igualdade de Gênero no Poder Judiciário e Ministério Público se reuniu com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná (OAB-PR) para promover maior aproximação e troca de experiências a partir das visões que as representantes de cada instituição possuem em relação à igualdade de homens e mulheres no ambiente de trabalho. O encontro ocorreu na sede administrativa da APMP, em Curitiba.

Estiveram presentes na reunião Nayani Kelly Garcia, diretora de Mulheres Associadas da APMP; Mariana Seifert Bazzo, promotora de Justiça - MPPR; Mariana Dias Mariano, promotora de Justiça - MPPR; Camila Gabriela Greber Caldas, juíza - Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região - AMATRA; Marize Cecília Winkler, juíza - Associação Paranaense dos Juízes Federais - APAJUFE; Camila Mafioletti Daltoé, assessora jurídica - MPPR; Suely Filippetto, juíza do trabalho - Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT9); Marilena Winter, advogada e secretária-geral da OAB/PR; Sandra Lia Bazzo Barwinski, advogada e presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero - CEVIGE-OAB/PR; e Luciana Sbrissia Silva Bega, advogada e presidente da Comissão da Mulher Advogada - OAB/PR.

A representatividade feminina na OAB-PR

As advogadas representantes da OAB fizeram um histórico sobre a criação da Comissão da Mulher Advogada, que busca promover discussões sobre a valorização da mulher no exercício da profissão, e a criação da Comissão de Estudos sobre a Violência de Gênero, composta por advogados e profissionais da área da saúde, da psicologia, sociologia, políticas públicas, educação, jornalismo, marketing e tecnologia.

Apesar da iniciativa pioneira na criação destas comissões, relataram que há apenas uma mulher presidente das Seccionais e que, ainda, na história do Paraná nunca houve uma mulher na chefia do órgão.

Semelhanças nas pautas das instituições

Em continuidade, as presentes na ocasião relataram algumas pautas que são comuns nas instituições que integram o Grupo de Estudos Interinstitucional, como a defesa dos direitos das mulheres; a falta de reconhecimento em relação às demandas das mulheres dentro das instituições em que atuam; a resistência à construção de relações mais igualitárias entre os sexos; e, principalmente, o fato de que as decisões de poder são articuladas em espaços em que as mulheres não participam usualmente (após o jogo de futebol, nos espaços de sociabilidade dos grupos eminentemente masculinos, entre outros).

Diretoria de Mulheres da APMP

Após o relato a partir da visão das representantes da OAB-PR, Nayani Kelly Garcia, diretora das Mulheres Associadas da APMP, expôs como tem sido a atuação da Diretoria de Mulheres Associadas em seu primeiro ano de existência. Nayani falou sobre a criação de site para valorização da mulher associada (veja aqui) e de questionário para diagnóstico do cenário de gênero na carreira. Com base no resultado da enquete realizada na APMP, foi formulado requerimento à Procuradoria Geral de Justiça, para a realização de campanha sobre assédio na referida Instituição, o que acabou sendo acolhido.

Comissão da Mulher Advogada da OAB-PR

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PR, Luciana Sbrissia Silva Braga continuou contando as estratégias que tem sido realizadas pela Comissão, como a ação de convidar homens para mediar algumas mesas de gênero, para promover oportunidade de uma escuta. E também, de acordo com Luciana, a promoção de palestras sobre temas variados sobre política, finanças, economia, etc., uma forma de não restringir os encontros à apenas discussões de gênero. Um exemplo disso, conta Luciana, foi a Conferência Estadual da Mulher Advogada, realizada no mês de março de 2018, em Maringá. Na Conferência, foram abordados, sem perder o foco na questão de gênero como lugar de fala, outros temas com discussões diversas, contou a advogada.

Para as integrantes da Comissão da Mulher Advogada, uma notável conquista é a medida afirmativa de cotas para a participação na gestão, pela OAB Nacional. Além disso, as advogadas destacaram os cursos promovidos pela referida Comissão, para o fortalecimento da atuação da mulher no ambiente de trabalho, tais como:

- Gestão de carreira;

- Gestão de tempo;

- Produtividade e alta performance;

- Curso “De/Por/Para Mulheres”, com aulas de formação político para mulheres, iniciativa da Profa. Eneida Desirée, da Universidade Federal do Paraná (UFPR);

- Curso Learn in Circle, sobre empreendedorismo para mulheres.

Por fim, foi relatada a crescente iniciativa, entre as advogadas, de realizar encontros entre mulheres com trocas de histórias de vida e compartilhamento de apoio e inspiração nos projetos profissionais umas das outras. 

Confira abaixo indicações de leituras e de filmes pautadas no encontro:

- Livro Eny e o grande bordel brasileiro;

- Livro Faça Acontecer;

- Autoras/es: Flavia Biroli e Luiz Felipe Miguel;

- Vídeo TED TALK: Monica Lewinsky (assista aqui).