Mulheres emblemáticas: brasileiras que mudaram a história do país

Conheça a história que não foi contada
6 de março de 2020 > Diretoria

Pensar no Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08 de março, é um chamado para a reflexão, pois esta é uma data política, que foi motivada por fortes movimentos de reivindicação de igualdade em diversas áreas: política, trabalhista, social.  Fruto de greves, passeatas e muitas manifestações.

Os movimentos das mulheres mundo afora começaram a ser notados com a luta pelos direitos políticos, com destaque para a primeira marcha das mulheres em Washington, em 1913, fato que foi um marco das origens do movimento feminista nos Estados Unidos (EUA) e, pleiteou, naquela época, o direito das mulheres ao voto. A marcha foi um dos principais marcos americanos do movimento sufragista, uma campanha global de mulheres que exigiam o direito ao voto, no período entre o século 19 e início do século XX. Em conjunto com esta reivindicação, surgiram outras demandas que convocavam igualdade de gênero na lei, na política, na casa e no trabalho.

As americanas, e depois as britânicas, foram protagonistas do movimento sufragista, que se espalhou pelo mundo em uma época marcada pelo machismo nas instituições, fato que ainda está presente no cotidiano das mulheres.

A luta das sufragistas durou décadas, enfrentando fortes reações na política e na sociedade. A primeira conquista do voto feminino ocorreu na Nova Zelândia, em 1873. Reino Unido e EUA aprovaram depois, em 1918 e 1920, respectivamente. No Brasil, o sufrágio veio em 1932.

Olhando para a perspectiva das mulheres brasileiras, é válido lembrar-se das suas conquistas de cidadania. Como o direito ao voto, que foi obtido há 88 anos, e o de frequentar a universidade, há 139 anos. Entretanto, há apenas 14 anos foi assinada a lei brasileira que criminalizou a violência doméstica, a Lei Maria da Penha.

Até o início do século XX, as mulheres eram legalmente dependentes do pai, e, depois de casadas, do marido, perante o qual tinham o mesmo status legal que os filhos. Somente em 1962, foi criada uma lei que alterou essa submissão da mulher casada. O documento, conhecido como Estatuto da Mulher Casada, contribuiu em muitos aspectos para a emancipação feminina. O Estatuto alterou diversos artigos do Código Civil de 1916, particularmente o artigo 6º, que atestava a incapacidade feminina para alguns atos.

Ainda, somente com a Constituição de 1988 o princípio da igualdade entre homens e mulheres se estendeu a todos os direitos e obrigações. Para garantir tal princípio de igualdade material, é necessário que as desvantagens de gênero sejam compensadas por meio de ações afirmativas, como a lei que reconheceu o feminicídio como circunstância qualificadora dos crimes, por exemplo.

O filme “As Sufragistas” conta a história dessas mulheres que enfrentaram seus limites na luta por igualdade e pelo direito de voto. As mulheres resistiam à opressão de forma passiva, mas, a partir do momento em que começaram a sofrer uma crescente agressão da polícia, decidiram se rebelar publicamente. A APMP, por meio da Diretoria das Mulheres, promoverá uma sessão de cinema para quem quiser conhecer melhor essa história. Saiba mais aqui.

Nesta data simbólica, a APMP, por meio da Diretoria de Mulheres Associadas, promoveu a campanha para reverenciar a história dessas mulheres que lutaram para alcançar direitos que hoje podem ser usufruídos pelas mulheres. A campanha, em alusão ao Dia da Mulher, intitulada Mulheres emblemáticas: As brasileiras que mudaram a história do país, reuniu alguns nomes que marcaram essa trajetória por um país mais igualitário. Confira abaixo mais detalhes sobre essas personalidades!

São muitas conquistas, mas ainda há muito a ser alcançado!

Walkíria Moreira da Silva Naked

Walkíria Moreira da Silva Naked marcou a história no Estado do Paraná, sendo a 1ª Promotora de Justiça nomeada do Ministério Público do Paraná (MPPR) e 1ª advogada da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná (OAB-PR).

Antonieta de Barros

Antonieta de Barros foi uma jornalista, professora, e política brasileira. Mulher, negra e pobre, Antonieta é um exemplo de mulher que foi protagonista de sua própria história, tornando-se a primeira deputada estadual negra do país e a primeira mulher eleita deputada estadual de Santa Catarina.

Bertha Lutz

Bióloga especializada em anfíbios, Bertha Maria Júlia Lutz foi uma das maiores ativistas femininas do Brasil. Propôs projetos como a criação licença-maternidade e o Estatuto da Mulher. Lutou ainda pelo direito ao voto e pela igualdade entre homens e mulheres.

Celina Guimarães Viana

A trajetória de Celina Guimarães Viana marcou a inserção da mulher na política eleitoral do Brasil, pois ela foi a primeira eleitora do país. Celina também marcou a história do futebol, sendo a primeira mulher a apitar uma partida de futebol no Brasil, segundo relatos.

Laudelina de Campos Melo

Uma mulher a frente de seu tempo, assim pode-se definir Laudelina de Campos Melo. Mulher, negra e trabalhadora doméstica, Laudelina lutou pela valorização do emprego doméstico, pelo feminismo e pela igualdade racial. Sua atuação permitiu a regulamentação do emprego doméstico por meio da fundação do primeiro Sindicato das Empregadas Domésticas do Brasil.

Ruth de Souza

As mulheres negras tiveram papel essencial na dramaturgia brasileira e no sucesso das telenovelas e peças de teatro. Prova disso foi a atriz Ruth de Souza. Primeira dama negra do teatro e da televisão no país, Ruth de Souza foi a primeira artista nascida no Brasil a ser indicada ao prêmio de melhor atriz num festival internacional de cinema, por seu trabalho em “Sinhá Moça”, no Festival de Veneza, de 1954.

Leolinda Daltro

Considerada uma das precursoras do feminismo no Brasil, Leolinda Figueiredo Daltro foi uma professora que lutou pela causa indígena e pela autonomia das mulheres no Século XIX. É um dos nomes mais importantes do movimento sufragista no país.

 

 

 

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