Roda de conversa sobre igualdade de gênero reuniu associadas de Curitiba e do interior

Encontro foi realizado no formato híbrido. Veja como foi
15 de julho de 2022 > Notícias

No dia 08 de julho, ocorreu a Roda de conversa sobre igualdade de gênero no Ministério Público do Paraná (MPPR), encontro que foi realizado pelo Memorial do MPPR e pela APMP. No formato híbrido, o bate papo foi no Plenarinho do Edifício Carta de Curitiba e teve transmissão via Google Meet

O encontro começou com a apresentação de promotoras, procuradoras, servidoras e estagiárias do MPPR, que trouxeram os seus relatos sob o viés de gênero. Este momento inicial foi voltado para que todas as mulheres pudessem se conhecer melhor e trocar experiências.  

Mônica Louise de Azevedo, procuradora de Justiça, abriu a roda de conversa celebrando o retorno de atividades presenciais e a oportunidade da roda de conversa: “Neste momento de pós pandemia, que possamos nos comunicar e nos conhecer melhor, enfim, trocarmos experiências e expectativas e, assim, criar vínculos. O que falta hoje na sociedade, de maneira geral, e também na nossa instituição, que é reflexo da nossa sociedade, são espaços onde as pessoas possam se manifestar, se conhecer e se reconhecer, dar apoio umas às outras e, dessa forma, forjando os necessários consensos para promover as mudanças”.  

Mariana Dias Mariano, Diretora de Mulheres Associadas da APMP, falou logo depois e, após se apresentar às presentes, registrou: “Hoje é um momento histórico aqui no Paraná, para as mulheres, porque, nós, que já estamos discutindo sobre gênero há tanto tempo e já conquistamos tanto, estamos parando para nos ouvir e falar de uma forma ainda mais próxima da realidade de cada participante, sobre o que nós precisamos para a igualdade de verdade. Seja no mundo, seja na carreira, seja em todos os espaços que nós tenhamos vontade de ocupar”.  

Em seguida, a associada Valéria Teixeira de Meiroz Grilo, procuradora de Justiça aposentada e membra do Conselho Curador do Memorial do MPPR, comentou sobre o tema em debate e aproveitou para apresentar o projeto do Memorial: “Esses momentos, para mim, sempre são momentos de aprendizado. Atualmente estou coordenando o livro chamado ‘Silêncios e Olhares do Feminino na História e Memória do MPPR’”. A obra terá seu lançamento oficial no final de julho (29), na sede da APMP. Saiba mais aqui.  

Ana Carolina Pinto Franceschi, Diretora Social e de Turismo da APMP, promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Promoção da Igualdade de Gênero (NUPIGE) do CAOP de Proteção aos Direitos Humanos do MPPR, destacou a importância desses espaços e eventos de acolhimento, e aproveitou para noticiar uma novidade: “Hoje, com muita satisfação, gostaria de comunicar que foi assinada a resolução nº 4848/2022, assinada pelo procurador-geral de Justiça do MPPR, Gilberto Giacoia, para a Criação do ‘Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero’ no MPPR. Ao fazer uma rápida pesquisa, não encontrei em nenhum Ministério Público, nenhum comitê parecido. Então essa solenidade de hoje veio a calhar para essa notícia”.  

Lucimara Rocha Ernlund, promotora de Justiça, falou sobre como a questão de gênero tem sido vista na instituição com o passar dos anos: "Venho de uma época em que era proibido falar das questões de gênero, pois isso não existia, e, quem falasse sobre isso era mal vista. Inclusive nós não tínhamos consciência do assunto, embora a gente sentisse na pele todas as situações. Então eu fico muito contente e satisfeita aqui hoje. Esse é um assunto que faz parte das pautas formais e informais. Informalmente a gente pode falar do assunto, nos nossos encontros e nossos grupos informais. E formalmente, como aqui agora a gente também pode falar de uma maneira natural. Então é um avanço estratosférico, não sei como definir esse avanço de já poder falar e das pessoas já terem consciência de que há realmente desigualdade”

Aparecida Suely Barbosa, assessora jurídica do MPPR e pesquisadora na área de gênero e raça, ressaltou que a questão de gênero deve estar diretamente ligada ao debate sobre a questão racial: “Esse é um momento histórico. Falar dessa questão de gênero dentro da Instituição é fundamental, para depois, conseguir visibilizar as mulheres que não recebem o mesmo tratamento da igualdade de gênero. Mas não podemos falar da igualdade de gênero sem falar das questões étnico raciais”. Suely Barbosa compõe o “Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero”.  

Olympio de Sá Sotto Maior Neto, coordenador do CAOP de Proteção aos Direitos Humanos e do NUPIGE do MPPR, destacou a importância das mulheres para o Ministério Público: “Quando as mulheres se reúnem, eu penso no discurso de todas, dessa responsabilidade, não só profissional, mas também a existência de uma responsabilidade política, social e ética das mulheres do MP, conduzindo esses avanços tão necessários, para uma sociedade patriarcal, machista e desumanizada. Então esse é um papel fundamental das mulheres nesse embate cotidiano em busca de uma sociedade melhor e mais justa”.  

Mariana Seifert Bazzo, Diretora de Apoio aos Grupos de Estudos da APMP e promotora de Justiça, que coordenou o NUPIGE durante quatro anos, felicitou a trajetória e o crescimento do Núcleo: “Tive a oportunidade de ver a resolução do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica mudar o nome para Núcleo de Promoção da Igualdade de Gênero. Isso cresceu tanto que a gente não tem só a perspectiva do Núcleo para fora, hoje temos um Comitê de Gênero Institucional”.  

Além desses relatos, as demais presentes também compartilharam as suas histórias tanto pessoais como profissionais. 

Em um segundo momento da conversa, Eliana Volcato Nunes, procuradora de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), trouxe a sua vivência sobre como as mulheres do Ministério Público se reúnem em Santa Catarina e prestam apoio umas às outras. A procuradora apresentou o livroMulheres do Direito, Mulheres no Ministério Público”, que fala sobre o aumento da participação feminina no Direito e relata as situações vividas por promotoras e procuradoras de Justiça e uma servidora que auxiliaram no processo de construção do MPSC. O Memorial do MPSC foi responsável pela produção do livro.  

A associada Ana Righi Cenci, promotora substituta que participou do encontro de forma on-line, comentou sobre a Roda de conversa: “Foi super legal. Esse tipo de encontro é aquela junção de base, de reunir as mulheres para conversar e é bem a analogia que muitas fizeram em relação ao jogo de futebol, sobre ter espaço de interação entre as colegas que não seja tão formal, mas também que a gente possa ter um momento de diálogo fora do trabalho. E acho que tem uma coisa positiva no virtual, com esse formato de círculo, em que todo mundo fala, que oportuniza que a gente escute as demais. Achei legal por ter conseguido ouvir cada uma”.   

Mônica Louise de Azevedo contou seu relato sobre a participação no II Encontro do Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, realizado em Recife/PR. Após, a associada encerrou a Roda de conversa e agradeceu o relato de todas as mulheres presentes na ocasião, tanto de forma presencial, quanto de forma virtual. 

Confira aqui as fotos da Roda de conversa. 

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